quinta-feira, 14 de abril de 2011

NOVO PLEBISCITO?

O QUE MUITOS DESCONHECEM E A OPINIÃO DE UM ILUSTRE SENADOR

Todos sabem que a maioria das armas apreendidas com bandidos entra no país através de contrabando. Aproveitar o calor das emoções do massacre de Realengo, no Rio de Janeiro, para condenar a fabricação e o comércio de armas de fogo no Brasil é uma estratégia idiota e típica de alguns políticos. Uma coisa nada tem a ver com a outra.

Alguns parlamentares sustentam que as armas apreendidas com criminosos são fabricadas no Brasil.

O fato de as armas serem brasileiras não justifica a medida de proibir sua fabricação. Essas armas saem do Brasil e voltam como contrabando.

Se fecharem as fábricas de armas brasileiras, os contrabandistas vão sair ganhando com a medida, pois entrarão armas melhores, mais sofisticadas e muito mais caras (Colt, Smith & Wesson, Uzi etc.).

A constituição federal diz que toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal, mas o Estado mostra-se impotente e ineficiente para proteger as pessoas de bem.

Alguns parlamentares, que têm segurança armada no trabalho e em casa, parecem dispostos a impedir que o cidadão comum possua uma arma para sua defesa.

Duzentos e cinqüenta e dois milhões de reais foi o custo do referendo do desarmamento em 2005. A resposta foi clara: O artigo 35 do Estatuto do Desarmamento, que proibia a comercialização de armas de fogo, foi impedido de entrar em vigor.

Um novo plebiscito hoje não ficaria por menos de 500 milhões de reais.


Segundo alguns críticos, o desarmamento como queriam alguns grupos antes do plebiscito de 2005 teria um viés ideológico. Seria uma maneira de deixar os proprietários à mercê dos invasores, sem condições de esboçar uma reação efetiva, contrariando a constituição federal, que garante o direito à propriedade.


Uma pergunta difícil de ser respondida: Quem conhece uma pessoa que, obedecendo aos ditames do Estatuto do Desarmamento, entregou sua arma e tenha recebido a respectiva indenização?

Se for promulgada uma lei que obrigue o cidadão a devolver sua arma de fogo registrada, ficará configurada a maior armadilha que um Estado pode perpetrar contra os seus cidadãos, pois aqueles que de boa-fé registraram suas armas podem estar certos de que caíram mesmo foi numa cilada!

E os fuzis AR-15, granadas e até bazucas continuarão a fazer vítimas diante de um Estado que só sabe mostrar força contra os cidadãos de bem.
O assunto em pauta foi objeto de troca de e-mails entre o moderador deste blog e o Senador Álvaro Dias, ex-governador do Paraná e político com larga experiência na vida pública.

Eis a opinião lúcida do ilustre político paranaense:

Meu prezado João Bosco,

A propósito da questão que agora se levanta diante do massacre de Realengo e objeto de sua mensagem, permita-me dizer que  na minha opinião  o foco do desarmamento deve ser o criminoso:

Eu sou favorável, em tese, ao desarmamento, mas acredito que o  que o Brasil precisa é desarmar os marginais. De nada adiantará desarmar os homens de bem e permitir o armamento clandestino dos bandidos.

Enquanto o governo não adotar estratégia de combate ao trafico de armas e drogas na faixa de fronteira a violência campeará solta no País.

Os que defendem o desarmamento esquecem-se de que este país de dimensões continentais não se resume, por isso mesmo, aos centros urbanos, onde bem ou mal o aparato do Estado está presente.

Mas na zona rural tal não acontece e os que ali habitam ficarão completamente desprotegidos. E tem mais: na medida em que a marginalia ficar sabendo que, por força de uma lei, o cidadão está em casa desarmado, vai se sentir encorajada a invadir os lares para a prática de suas ações delituosas.

Na Austrália, quando tiraram as armas das casas, o ataque a residências cresceu 70%. Os bandidos passaram a ter a segurança de que não haveria reação. Eis porque não hipoteco meu apoio ao desarmamento civil.

Cordialmente,

Alvaro Dias

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